Ex-jogador do Palmeiras, ágil centroavante que tinha como principal característica a falta de um dente frontal, o personagem do quadro "Por onde andará?" de hoje é o simpático Flávio Alvim.
Um dos primeiros jogadores a usar nome e sobrenome (na minha época os bons de bola usavam apelidos em sua maioria, mas essa história fica para outra hora), Flávio Alvim teve sua carreira interrompida no auge.
Entenda-se que auge nem sempre significa sucesso. Vide o zagueiro Gilmar Fubá, ex-Corinthians (onde viveu seu auge).
O motivo da guinada na vida profissional do nosso querido personagem foi, segundo os boatos dos porta-de-concentração, um boteco que servia um sarapatel campeão. Óbvio que o inofensivo caldo não atrapalharia a carreira de ninguém, excetuando a vez que o Zuleir não entrou em campo devido a uma diarréia fenomenal.
Mas o caldo era sempre servido com uma branquinha "pra rebater".
E uma branquinha puxa outra, que puxa outra... O que fez com que Flávio Alvim (com acento no primeiro A, ele sempre lembrava os repórteres) abandonasse a carreira e fosse viver com sua mulher em Várzea Grande Paulista, onde montou um armazém de secos e molhados, que hoje é conduzido pelo filho mais velho.
Flávio Alvim cuida do caixa, onde distribui seu inigualável e simpático sorriso aos clientes, alternados com pequenas e freqüentes cochiladas.
- Tenho saudade do Palmeiras e da vida de jogador. Foi um momento inesquecível da minha vida, mas aqui eu vivo muito melhor. - diz, com os olhos umedecidos de emoção.
E assim ele é feliz.
Obs.: comi uma batata doce frita, com sal, crocante por fora e mole por dentro, que Dona Jurema, esposa de Flávio, fez ontem à tarde. O que era uma simples visita se estendeu num papo pelo resto do dia, o que causou o inesperado consumo de uma caixa de cerveja e uns bons três quilos de batata. Muitas histórias foram contadas, outras lembradas... Logo eu conto todas elas aqui.